Seguir Jesus

 

Não existiu e jamais existirá um ser tão extraordinário quanto Jesus Cristo. Digo isso com a convicção de quem crê em cada palavra das Escrituras Sagradas e com a certeza de que o filho de Deus veio ao mundo para nos salvar, mas, também, para deixar-nos um exemplo de vida e de conduta a ser buscado por todos.

Centenas de anos antes de seu nascimento, profetas já se manifestavam sobre a sua vinda. Isaías profetizou sua concepção: “Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: A virgem conceberá e dará a luz um filho e será o seu nome Emanuel” (Is 7:14);

Miqueias falou sobre o local do nascimento: “E tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá o que será Senhor em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade” (Mq.5:2);

Daniel revelou seu domínio: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha nas nuvens do céu um como o filho do homem; e dirigiu-se ao ancião de dias, e o fizeram chegar até ele” (Dn 7:13). Jesus pisou o chão do planeta e tornou-se a pessoa mais fascinante.

Deus com cara e carne de homem, homem com natureza e coração de Deus. Sua vida foi um milagre dinâmico, com voz, suor, altura e cor. Do berço à sepultura, Jesus é irrepetível. E, quando nos dispomos a andar com Jesus, precisamos estar conscientes da responsabilidade e das implicações que esta decisão deve ter em nossas vidas.

Seguir Jesus é seguir o novo, fazendo da nossa vida uma liturgia e da liturgia, a vida. Em Cristo, existir é culto e o corpo deve ser um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus. Não é ser modelado dentro do apertado terreno dos condicionamentos psicológicos, culturais e religiosos dos nossos guetos evangélicos.

“E dizia a todos: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me” (Lc 9:23). Jesus nos chama a segui-lo e isso vai muito além do mero levantar de mãos em nossas cruzadas evangelísticas. A conversão é um processo que inclui muitos outros gestos.

Nossa cultura evangélica pode, muitas vezes, traduzi-lo em aspectos superficiais e, frequentemente, hipócritas, com a assimilação de chavões, palavras, gestos feitos, tom de voz, indumentária. A conversão sem discipulado é como aprender a juntar as letras, formar as palavras e não conseguir entender a frase.

No discipulado, a decisão de seguir Jesus é consolidada. Ultrapassa-se o aspecto ordinário de ajustes morais e sociais dentro de uma vida correta, alcançando-se o extraordinário.

Discipular é ensinar a ir mais além, a ponto de desajustar “os certinhos” e desinstalar os irremovíveis e plantados no seguro terreno da vida acomodada, não apenas com ensinamentos, mas, principalmente, com exemplo de vida.

“Então Jesus falou à multidão e aos seus discípulos. Ele disse: – Os mestres da Lei e os fariseus têm autoridade para explicar a Lei de Moisés. Por isso vocês devem obedecer e seguir tudo o que eles dizem. Porém não imitem as suas ações, pois eles não fazem o que ensinam” (Mt 23:1-3 NTHL).

Libertos da religiosidade que, por tantas vezes Jesus reprovou, ganhamos uma liberdade em Cristo que muitas vezes desarticula nossa vida “certinha” e nos faz verdadeiros nômades nessa caminhada.

 

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Rev. Wildo dos Anjos é presidente e fundador da Missão Vida, instituição filantrópica pioneira no Brasil na área de recu-peração de mendigos. Casado com Rosane é pai de quatro filhos. Pastor e autor de treze livros, já pregou em todas as capitais brasileiras e em mais de 42 países. Contatos: presidencia@mvida.org.br Fone: 62 3318 1985 Site: https://revwildodosanjos.com.br