ESTENDENDO O REINO DE DEUS

Andando pelas ruas de Jerusalém e arredores da Terra Santa, é possível perceber a simplicidade da vida de Jesus durante o tempo em que se fez homem. Nada, absolutamente nada naquele lugar pressupõe conforto, ostentação, riqueza. Muito pelo contrário. As pequenas casas de pedra dos vilarejos incrustados no deserto causticante são elementos que nos permitem concluir que Jesus viveu em meio a gente humilde, desprovida de posses materiais. A Bíblia relata que o filho de Deus nasceu numa manjedoura, foi criado por um carpinteiro, escolheu pescadores para companheiros de ministério. Claro que isso poderia ter sido diferente, se fosse da vontade do Pai. Entretanto, a opção pelos menos favorecidos pode levar-nos a uma conclusão: Deus Pai desejava que o foco de Jesus estivesse nos pobres e necessitados, assim como a atenção dos cristãos de hoje também deve estar. Você pode estar se perguntando o por quê? Estaria Deus Pai excluindo os ricos do plano da salvação? Jamais. Deus não exclui, não tem preferências, simplesmente porque Deus é amor. No entanto, quando o foco ministerial de Jesus é desviado da abastança, fica claro que este também precisa ser o cerne da conduta da Igreja. Não basta estarmos no conforto de nossas casas e igrejas climatizadas, precisamos chegar àqueles que não conhecemos e que precisam de um pouco de tudo: do alimento e cuidados básicos para o corpo ao alimento espiritual que sustentará suas almas. Olhar além das nossas próprias necessidades e enxergar e amar o próximo como a nós mesmos devem ser atitudes naturais de quem ama e serve ao Senhor.

“Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes” (Mt 25:35-40)

É certo que nossa missão é levar o Evangelho a toda criatura, mas o evangelismo diretamente ligado à assistência social consegue chegar ainda mais além. É o amor de Deus colocado em prática, de uma forma palpável a quem é alcançado. Como falar a quem tem fome que Jesus é o pão da vida? Como fazê-lo acreditar que Deus cura, se as feridas o atormentam de dor? O evangelismo integral é oportunidade para envolver e preparar o coração para conhecer, amar e servir ao Senhor dos senhores. Alguns poderão dizer que tais atitudes não estão diretamente relacionadas à vida cristã porque não somos salvos pelas obras. Realmente não é o que fazemos que nos levará ao Reino dos Céus. Porém, nós fomos criados para as boas obras.

“Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas” (Ef 2:10)

Não fazemos as obras para merecer a salvação, mas sim porque somos salvos e nos importamos com aqueles a quem o Senhor nos ordenou amar e cuidar.

“Ao SENHOR empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu benefício” (Pv 19:17).