PACIFICADOR, SIM; CONIVENTE, NÃO

“Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus” (Mateus 5.9). Jesus, no Sermão da Montanha, nos exorta a buscarmos a paz. E, nos últimos tempos, como tem sido difícil ser um pacificador! Muitas vezes, tentar um debate propositivo sobre alguma ideia, já pressupõe para alguns a mudança de posicionamento ou crença. Por outro lado, defender um princípio bíblico de vida fundamentado naquilo que acredito e na fé que professo pode ser visto como ofensa e desrespeito.

Vivemos tempos difíceis, em que a divergir é afrontar, e isso tem tido reflexo na forma como defendemos os princípios cristãos e os mandamentos que Deus nos deu para vivermos e caminharmos segundo a vontade do Pai. Por mais delicado que seja o tema, a ideologia de gênero e a homossexualidade/homoafetividade são mencionadas na Bíblia com orientações claras e, portanto, como cristãos não podemos nos omitir.

Certamente, relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo já existiam desde os primórdios da humanidade, caso contrário, não haveria motivo para sua menção em textos bíblicos. Entretanto, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, Deus exorta para a abstenção de tal prática (Gênesis 2:24, Levíticos 18:22, Romanos 1:21-27, 1 Coríntios 6:9-11). Se acreditamos que a Bíblia é a verdade e a palavra de Deus deixada a nós, como poderíamos compactuar com a normalidade dessas relações?

Ao longo das últimas décadas, a mídia tem incutido a ideia de que a normalização da homossexualidade e da ideologia de gênero levará a uma aceitação plena e irrestrita dessas práticas. A resposta que devemos dar a isso é simples e direta: não! Como cristãos que amam, vivem e professam a fé baseada em Cristo Jesus como Senhor e Salvador, o homossexualismo e a transexualidade jamais serão aceitos como naturais.

Em contrapartida, a despeito de nosso posicionamento contra tais práticas, é preciso esclarecer que ofender, agredir, constranger ou ferir física ou emocionalmente também são condutas inaceitáveis a quem professa o cristianismo. É nesse ponto que reside o aspecto mais relevante de todo esse texto: o amor ao próximo é um mandamento e isso independe de qualquer aspecto socialmente definido, inclusive a opção sexual.

“O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” (João 15.12). Esse é apenas um dos muitos textos bíblicos em que Deus nos determina amar ao próximo. E é fundamentado nesse amor que devemos tentar persuadir a mudanças de atitudes com respeito, sem condenação ou preconceito. O convencimento com amor é muito mais eficaz que a imposição pelo ódio, seja qual for a situação.


Se o amor conduzisse nossas ações e reações, muitas brigas e mágoas seriam evitadas; muitos crimes deixariam de ser cometidos; muitas intrigas seriam desfeitas em sua fonte. A omissão não dá bons frutos, assim como a ofensa leva à aversão. Por outro lado, respeitar não significa silêncio e negação. Respeitar significa conversar, estimular a uma mudança de conduta, ouvir com atenção e orar com fé. Quem ama, respeita e é nosso dever amar!