CONSOLAÇÃO E ALEGRIA


O resultado de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas identificou que em 2021 o brasileiro chegou ao menor índice de felicidade média em 15 anos[1].  A pesquisa revelou, ainda, que todos os indicadores de bem estar pioraram mais no Brasil que na média dos 40 outros países analisados. A verdade é que vivemos tempos difíceis em que a felicidade parece ser incessantemente perseguida e raramente alcançada, a ponto de alguns sequer sonharem em alcança-la. Solidão, ansiedade e medo dão tons cinzentos ao dia a dia e permeiam o cotidiano de um número cada vez maior de pessoas. E, nós, cristãos, não estamos alheios a tudo isso, mas precisamos entender que nossa fé demanda uma postura diferente e diferenciada. O pastor e pregador inglês Thomas Watson (1620-1686) afirmou: “Mesmo quando tudo parece escuro à nossa volta, a alegria do cristão é a lâmpada que desvanece as trevas”. E é assim que deve ser porque a alegria é fruto do Espírito e os seguidores de Cristo precisam ser os mais alegres. A mensagem do anjo por ocasião do anúncio do nascimento de Jesus é emoldurada por duas afirmações significativas: não temais e grande alegria. “O anjo, porém, lhes disse: Não temais: eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2:10). Sim, por intermédio da Sua vinda, Jesus transformou o medo de todo aquele que crê em alegria e essa transformação está disponível a todos porque sua fonte inesgotável é Deus e em Sua presença há plenitude. A Bíblia também nos mostra que é possível manter o coração alegre mesmo na adversidade, já que nossa satisfação não está em aspectos pessoais, temporais ou circunstanciais. Nossa alegria está no Deus da nossa salvação. Paulo, por exemplo, estava preso quando escreveu a carta aos Filipenses e, apesar das aflições, ele deu uma viva demonstração de que seu contentamento vinha do Senhor. “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!” (Fp 4:4). O apóstolo tinha motivos para murmurar, mas, ao contrário, optou por incentivar outros a também se regozijarem em Cristo. Ele sabia que sua alegria estava firmada em algo muito maior e mais poderoso que circunstâncias favoráveis passageiras. Davi, o homem segundo o coração de Deus, também expressou sua alegria mesmo em momentos de crise. “Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado. Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranquilo (…) Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita” (Sl 16:8,9 e 11). O mundo precisa conhecer urgentemente o verdadeiro óleo de alegria e somente os genuínos cristãos podem dispensar esta benção em meio ao sofrimento. Apesar das lutas e provações, todo cristão tem, pela graça, a capacidade de sempre demonstrar sua alegria no Senhor. Para tanto, é preciso beber da fonte: meditação na Palavra e oração. Com o coração em paz, a felicidade vinda dos céus transparecerá em nossos rostos, palavras e ações.  “que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15:13 NVI).