O MAR SERIA MENOR SE LHE FALTASSE UMA GOTA

E se fosse comigo? Essa pergunta introspectiva poderia transformar o mundo e a relação entre as pessoas. Por que? Simplesmente porque quando alguém se coloca no lugar do próximo, traz à tona a empatia e vários outros
sentimentos de afeição que podem interromper maus pensamentos e críticas
desnecessárias e, melhor ainda, produzir boas ações.
Ver uma pessoa dormindo numa calçada, por exemplo, pode provocar diferentes reações; no entanto, se, por um instante, você se colocar no lugar
daquele desvalido, certamente sentirá compaixão por aquela vida. Nem sempre é fácil entender a necessidade do próximo, mas sempre é possível
quando há disponibilidade e uma dose extra de altruísmo. A generosidade
é muito importante em todo o tempo, mas no Natal é essencial, independentemente do valor que se oferte. A relevância está na disposição em fazer a diferença na vida de pessoas que você não conhece pessoalmente.
Pois, assim como você, outros se unirão a esse propósito e, com fé, as organizações que atuam com o público carente alcançarão seus objetivos. Você pode escolher dentre diferentes formas para demonstrar sua solidariedade neste Natal, porém, como exemplo, cito a Missão Vida, organização que fundei e presido há 38 anos na cidade de Anápolis. No mês de dezembro, as despesas da Missão Vida aumentam consideravelmente em razão do 13º salário dos missionários e funcionários e, também, pelas comemorações realizadas nos núcleos de recuperação e centros educacionais. Precisamos de ajuda extra para garantir que essas despesas sejam quitadas. Façamos um exercício simples: missionários e funcionários e suas famílias contam com o recebimento do 13º salário; crianças carentes no Brasil e na África anseiam pelo que será, provavelmente, seu único presente de Natal; acolhidos em processo de recuperação esperam pelo primeiro jantar especial de Natal após anos vivendo nas ruas. São expectativas reais, no entanto, imagine que a Missão Vida não possa realiza-las porque você acredita que sua pequena ajuda especial não fará falta. Agora faça-se a pergunta: e se fosse comigo? E se eu não recebesse minha gratificação natalina? E se a criança sem presente de Natal fosse o meu filho? Nas palavras da religiosa Madre Teresa de Calcutá, “por vezes sentimos que aquilo que fazemos não é senão uma gota de água no mar. Mas o mar seria menor se lhe faltasse uma gota”.