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Arquivos março 2022

CONSOLAÇÃO E ALEGRIA

O resultado de uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas identificou que em 2021 o brasileiro chegou ao menor índice de felicidade média em 15 anos[1].  A pesquisa revelou, ainda, que todos os indicadores de bem estar pioraram mais no Brasil que na média dos 40 outros países analisados. A verdade é que vivemos tempos difíceis em que a felicidade parece ser incessantemente perseguida e raramente alcançada, a ponto de alguns sequer sonharem em alcança-la. Solidão, ansiedade e medo dão tons cinzentos ao dia a dia e permeiam o cotidiano de um número cada vez maior de pessoas. E, nós, cristãos, não estamos alheios a tudo isso, mas precisamos entender que nossa fé demanda uma postura diferente e diferenciada. O pastor e pregador inglês Thomas Watson (1620-1686) afirmou: “Mesmo quando tudo parece escuro à nossa volta, a alegria do cristão é a lâmpada que desvanece as trevas”. E é assim que deve ser porque a alegria é fruto do Espírito e os seguidores de Cristo precisam ser os mais alegres. A mensagem do anjo por ocasião do anúncio do nascimento de Jesus é emoldurada por duas afirmações significativas: não temais e grande alegria. “O anjo, porém, lhes disse: Não temais: eis aqui vos trago boa nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc 2:10). Sim, por intermédio da Sua vinda, Jesus transformou o medo de todo aquele que crê em alegria e essa transformação está disponível a todos porque sua fonte inesgotável é Deus e em Sua presença há plenitude. A Bíblia também nos mostra que é possível manter o coração alegre mesmo na adversidade, já que nossa satisfação não está em aspectos pessoais, temporais ou circunstanciais. Nossa alegria está no Deus da nossa salvação. Paulo, por exemplo, estava preso quando escreveu a carta aos Filipenses e, apesar das aflições, ele deu uma viva demonstração de que seu contentamento vinha do Senhor. “Alegrem-se sempre no Senhor. Novamente direi: alegrem-se!” (Fp 4:4). O apóstolo tinha motivos para murmurar, mas, ao contrário, optou por incentivar outros a também se regozijarem em Cristo. Ele sabia que sua alegria estava firmada em algo muito maior e mais poderoso que circunstâncias favoráveis passageiras. Davi, o homem segundo o coração de Deus, também expressou sua alegria mesmo em momentos de crise. “Sempre tenho o Senhor diante de mim. Com ele à minha direita, não serei abalado. Por isso o meu coração se alegra e no íntimo exulto; mesmo o meu corpo repousará tranquilo (…) Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita” (Sl 16:8,9 e 11). O mundo precisa conhecer urgentemente o verdadeiro óleo de alegria e somente os genuínos cristãos podem dispensar esta benção em meio ao sofrimento. Apesar das lutas e provações, todo cristão tem, pela graça, a capacidade de sempre demonstrar sua alegria no Senhor. Para tanto, é preciso beber da fonte: meditação na Palavra e oração. Com o coração em paz, a felicidade vinda dos céus transparecerá em nossos rostos, palavras e ações.  “que o Deus da esperança os encha de toda alegria e paz, por sua confiança nele, para que vocês transbordem de esperança, pelo poder do Espírito Santo” (Rm 15:13 NVI).

 

PARA QUE VEJAM AS VOSSAS BOAS OBRAS E GLORIFIQUEM A VOSSO PAI, QUE ESTÁ NOS CÉUS.

Muitos me perguntam como a Missão Vida consegue realizar seus projetos com tamanha qualidade e de forma rápida e eficiente e minha resposta sempre se reporta aos pilares que sustentam a instituição: a bondade, graça e misericórdia de Deus; a disposição e comprometimento da equipe de pastores, obreiros e missionários; e ao envolvimento e generosidade do povo cristão que, com suas contribuições e orações, permitem que o trabalho seja
executado. Sou infinitamente grato por tudo o que já foi feito, mas estou convicto de que ainda há muito a se fazer em prol dos pobres de Deus e que a nossa missão somente será concluída quando Jesus voltar ou Ele nos chamar para si. Enquanto houver necessitados, nossas mãos estarão estendidas para resgatar, assistir e amparar. Quero compartilhar com você trechos de alguns
depoimentos de pessoas assistidas pela Missão Vida. “Eu usava drogas e, sem perceber, me envolvi com o tráfico. Levei um tiro e fiqueitrês anos em coma. Mas o Senhor não me deixou morrer e me ajudou a viver. Na Missão Vida, eu aprendi muitas coisas, inclusive a orar, meditar na Palavra e ser grato a Deus por tudo o que Ele fez e faz por mim. Costumo dizer que, se o Senhor me trouxe novamente à vida, basta crer e Ele fará maravilhas por todo aquele que crer e entregar-se.” Ex-acolhido do programa de recuperação e morador do centro de reintegração “Comecei a usar drogas aos 13 anos. Primeiro, maconha, depois merla e cocaína. Até então eu conseguia
trabalhar e estudar. Quando conheci o crack, aos 26 anos, o que era ruim ficou muito pior. Eu não conseguia fazer absolutamente nada e não tinha convívio com meus familiares. Morei nas ruas por três anos. Muito debilitado, entre a vida e a morte, conheci a Missão Vida, que me acolheu e
cuidou da minha saúde física e espiritual. Completei o programa de recuperação, mas tive uma recaída e voltei para as ruas. Passados dois anos, procurei a Missão Vida e pedi ajuda. Fui recebido de braços abertos e cumpri novamente todo o programa de recuperação. Já se passaram sete anos e, hoje, tenho convicção de que deixei o vício e a mendicância no passado. Em junho de 2020, me formei em um curso superior e tenho uma pequena empresa no ramo de vestuário. Agora, meu tempo sob as marquises nas noites frias é como voluntário na distribuição de alimentos e cobertores às pessoas em situação de rua.” Ex-acolhido do programa de recuperação e atualmente voluntário em um dos projetos da Missão Vida “A sopa de ontem estava divina, muito saborosa, uma bênção. Que o senhor Jesus retribua a todas que prepararam essa sopa com amor e carinho para nossa comunidade e a todos que contribuíram também com doações. Somos gratos a todos pela mão amiga e por nos verem como pessoas importantes para o Senhor. A Missão Vida está de parabéns pelo trabalho, esforço e dedicação para com a nossa comunidade e por investir em nossas crianças da comunidade. Minha palavra é gratidão por vocês existirem e fazerem parte da nossa vida.”

SUCESSO NA PERSPECTIVA DE DEUS

Sucesso. Essa é uma palavra recheada de expectativas e que pode ter diferentes significados a depender do ponto de vista daquele que a está pronunciando. No dicionário, significa “Bom resultado; êxito”. Para a escritora americana Bessie Stanley, seria “ganhar o respeito de pessoas inteligentes e o afeto das crianças; merecer a consideração de críticos honestos e suportar a traição de falsos amigos; apreciar a beleza, encontrar o melhor nos outros; deixar o mundo um pouco melhor, seja por uma saudável criança, um canteiro de jardim ou uma redimida condição social; saber que ao menos uma vida respirou mais fácil porque você viveu. Isso é ter tido sucesso”. Já o político e estadista britânico Winston Churchill acreditava que “o sucesso é ir de fracasso em fracasso sem perder o entusiasmo”. Nos dias atuais, para muitos pode ser participar de um reality show, ter milhares de acessos em um vídeo postado na Internet ou fazer uma grande fortuna. Mas o que é ter sucesso na perspectiva de Deus? Essa pode ser uma dúvida compartilhada por muitos e que, sinceramente, não terá uma resposta objetiva e simples. É possível ter sucesso e não ser conhecido? Claro que sim. O sucesso é o reconhecimento que recebemos por algo que já realizamos e isso pode vir dentro de um círculo social amplo ou restrito. Não é o número de pessoas que determina o tamanho e o valor desse reconhecimento. Na verdade, alguém se torna uma pessoa de sucesso quando aqueles que caminham com ele, conhecem- no, começam a observar sua vida e a imitá-lo, reverenciá-lo e criticá-lo. É comum ouvir pessoasiniciarem suas falas dizendo que não precisam de reconhecimento e elogios. Particularmente, não me agradam afirmações desse tipo, pelo simples fato de que todos, como seres humanos que somos, precisamos de estímulos e afagos. Um elogio sincero faz bem para a alma e é muito mais prazeroso conviver com aqueles que elogiam e não têm problemas em recebelos. E melhor ainda é estar próximo de quem reconhece de todo o coração e do fundo da alma que tudo de bom que fazem ou possuem provém do Deus dos altos céus. Deus é capaz de dirigir vidas, isso acontece hoje como aconteceu nos tempos de Abraão. Ressalto a importância de apresentar a Deus as dúvidas e incertezas antes de tomar decisões importantes. Para decidir com segurança é preciso ter uma vida de oração, meditar na Palavra de Deus, ou seja, a Bíblia, e, sempre quepossível, aconselhar-se com pessoas experientes, piedosas e fieis ao Senhor e aos princípios cristãos. Trilhar um caminho de sucesso não é fácil, muito menos rápido. É sempre preciso doses extras de determinação, perseverança, atitude, sempre firmadas na fé no Deus que tudo pode.Viver no centro da vontade do Pai é essencial nesse processo, tanto pelos benefícios quanto pelas dificuldades que certamente surgirão e, entre elas, está a maldade humana. Muitos podem ver as suas conquistas como afrontas e, algumas vezes, proferirão palavras que podem ferir ou desestimular. Não se acanhe e siga em frente. Sempre haverá críticas, entretanto, “por esta razão sofro também estas coisas, mas não me envergonho; porque eu sei em
quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia.” (2 Timóteo 1:12).

 

OBEDIÊNCIA

Imagine-se assistindo à seguinte cena: uma mãe, carregando as compras do supermercado, caminha com o filho e pede à criança que permaneça a seu lado. Em um cenário, a criança obedece e a caminhada segue tranquila .Em outra perspectiva, o filho não cumpre a ordem e corre entre as pessoas, fazendo com que a mãe grite e corra atrás dele, provocando, dentre outros sentimentos, estresse, irritação, angústia e insegurança. Nessa analogia simples é possível perceber o impacto que a obediência tem na vida de uma pessoa e daquelas que a cercam. Na Bíblia, Deus usa a relação pai e filho para ensinar a necessidade de um relacionamento baseado na confiança e obediência absolutas. Obedecer aos princípios divinos é a maneira como manifestamos na prática que estamos levando o cristianismo e nossa relação com Deus a sério. E essa conduta está ligada, também, à nossa capacidade depergunta, a resposta está na Bíblia. No assunto obediência, por exemplo, as Escrituras Sagradas nos ensinam: 1) o tipo de filho que devemos ser ao nascer na família de Deus – “Como filhos obedientes, não vos conformeis às concupiscências que antes tínheis na vossa ignorância” (1 Pedro 1:14); 2) a forma de demonstrar o amor ao Pai – “Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Ajudador, para que fique convosco para sempre” (João 14:15-16); 3) a atitude que mais agrada ao Senhor – “Samuel, porém, disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à voz do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender, do que a gordura de carneiros” (I Samuel 15:22); 4) a relação entre obediência e oração – “e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista” (I João 3:22); 5) o que fazer quando a obediência implica em perseguição – “Porque para isso fostes chamados, porquanto também Cristo padeceu por vós, deixando vossoexemplo, para que sigais as suas pisadas. Ele não cometeu pecado, nem na

sua boca se achou engano; sendo injuriado, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregavase àquele que julga justamente” (I Pedro 2:21 23); 6) quando deve obedecer – “Apresso-me sem detença a observar os teus mandamentos” (Salmos 119:60); 7) o sentimento que acompanha a verdadeira obediência – “Deleito-me em fazer a tua vontade, ó Deus meu; sim, a tua lei está dentro do meu coração” (Salmos 40:8); 8) o papel da obediência em relação a Deus – “Se alguém quiser fazer a vontade de Deus, há de saber se a doutrina é dele, ou se eu falo por mim mesmo” (João 7:17); 9) como manifestar que conhecemos a Deus – “Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade” (I João 2:4); 10) as bênçãos advindas da obediência – “Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e permaneço no seu amor” (João 15:10). Deus tem expectativas a nosso respeito como Pai, Senhor e Salvador e a obediência é fator determinante para que vivamos segundo Sua boa e perfeita vontade.entender a vontade do Senhor para nossas vidas. Nesse processo de aprendizado, compreensão e obediência, a oração e a meditação na Palavra são os instrumentos que temos para nos orientar e admoestar. Seja qual for a

O “PAI NOSSO”

Comunicação é essencial em todo relacionamento. Expressar, com sabedoria, o que se espera e o que não agrada em relação ao outro é a melhor alternativa para uma convivência íntima, leal e duradoura. E, como uma via de mão dupla, saber ouvir é outro requisito desse processo comunicativo. Esses importantes detalhes aplicáveis às relações humanas também podem (e devem) estar presentes em nossa relação com Deus. Se, por um lado, ler e meditar na Palavra permite que o Senhor fale conosco, a oração é nosso instrumento de contato com o Criador. Sim, Ele sabe exatamente o que

vontade, assim na terra como no céu; O pão nosso de cada dia nos dá hoje; E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores; E não nos conduzas à tentação; mas livra-nos do mal; porque teu é o reino, e o poder, e a glória, para sempre. Amém” (Mt 6:9-13). É uma oração à primeira vista simples, mas que contém todos os elementos de uma prece agradável ao Senhor: 1) Dirigida ao Pai – com a vinda de Jesus, não precisamos mais de intermediários e podemos dizer diretamente “Pai nosso, que estás nos céus”; 2) Com adoração – nossa oração não deve ser um mero rosário de pedidos, pois o mais importante é glorificar ao Senhor santificando o Seu santo nome (“Santificado seja o teu nome”); 3) Refletindo
nosso compromisso
com a obra – como

cristãos, devemos ser inprecisamos, conhece nossos pensamentos, sonhos e ansiedades. “SENHOR, tu me sondaste, e me conheces. Tu sabes o meu assentar e o meu levantar; de longe entendes o meu pensamento. Não havendo ainda palavra alguma na minha língua, eis que logo, ó Senhor, tudo conheces” (Sl 139:1,2 e 4). Mas, então, por que orar? Porque a oração é uma forma de estarmos próximos e nos entregarmos por inteiro aos cuidados de Deus. Não é preciso usar palavras rebuscadas ou frases de impacto; falar em alta voz ou por muitos minutos. Basta ser sincero e abrir o coração. Jesus não teve preocupação em ensinar os discípulos a pregarem a Palavra, mas ele teve o cuidado de ensiná-los a orar. Pregar o Evangelho é necessário, porém orar tão

importante quanto, pois nos conecta ao Pai. Essa conectividade com o Pai vai revelar-se em uma vida santa e a maneira como vivemos fala mais alto ao coração das pessoas do que a própria pregação verbal. Jesus, no Sermão do Monte, ensinou como orar: “Portanto, vós orareis assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o teu nome; Venha o teu reino, seja feita a tua